domingo, 13 de novembro de 2016

Fado Saudade

Saudade deu-me D-us por te
ver partir pela noite fria e gigante
pelo mar que era monstro
nas o teu coração foi de sangue e bravura;
Saudade tive eu quando de longe
vi entrares pelo mar e engolir tão amargamente
a dor de ter medo de te perder
e do meu coração ser pisado por essa dor;
Saudade sinto eu por te desejar-
nos meus braços e pedir aos Santos
que façam o barco voltar sobre águas calmas
como o meu coração se sente quando estás ao meu lado;
Saudade foi sossegar
por saber que voltas depois de cada turbulência
que remexe todas as noites o meu coração
fazes do meu terço a minha paz,
fazes da cruz a minha  calma e sossego,
enquanto o mar te tenta levar.




Saudade foi a cada noite 
ter mais medo do mar do que a morte,
foi o desespero em rezar por ti
para que os Santos te iluminassem
as ondas negras, as ondas da mágoa;
Saudade por pedir a D-us 
para iluminar-te sempre que o mar te chama
e tens que retirar dele, o que se recusa,
tenho que pedir a D-us que faça de ti
a bravura e a coragem em pessoa
e que as rezas se tornem em esperança;
Saudade foi a saudade
que ficou neste meu coração incendiado
pela mágoa, tristeza do mar me levar
aqueles que eu mais amei,
mesmo rezando que as vidas fossem longas;
Saudade foi ver-te ir
meu coração explodiu como as rochas
são explodidas pelo mar zangado
mesmo não tendo a culpa, mesmo tendo
eu feito da minha boca oração
mesmo tendo feito dos meus olhos lágrimas de dor
mesmo tendo eu feito do meu linho, o pano da despedida
mesmo eu tendo feito das minhas lágrimas lembranças amargas e longe
longe como as pessoas que eu  agora amo.

Autor: Carlos Cordoeiro.

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